A caminho do Monte Zion, Jamaica, Março 2011
Jimmy conduzia a carrinha a uma velocidade aceitável. Desviava-se dos buracos na estrada enquanto comíamos os quilómetros entre Ocho Rios e Nine Mile. "Em Portugal também há estradas assim?", perguntou.
Há. Não tantas como na Jamaica, mas também há.
Jimmy era professor de Educação Física. Dava aulas a crianças do quinto ano, "aquela idade em que começam a pensar por eles e isso dava-me um grande prazer".
E então, porque foi que desististe?
"O ordenado de professor não dava para levar a vida que quero". Eram quinhentos dólares americanos por mês. O ordenado mínimo no país ronda os cinquenta.
O que é que um jamaicano pode comprar com um dólar?
"Um refrigerante e um pastel de carne... duas embalagens de arroz".
Os quilómetros passavam a boa velocidade, tal como os temas da conversa: o amor incondicional de um pai por uma filha, a família de professores, a extracção de alumínio das serras jamaicanas, o facto de não existirem McDonald's na ilha porque o governo fez finca-pé para que a carne dos famosos hambúrgueres fosse exclusivamente jamaicana e a multinacional recusou e Bob Marley.
Claro. A hora e meia de viagem tinha por objectivo ver o local onde nasceu e está sepultado Bob Marley.
Por 19 dólares, podem descobrir-se recantos da vida do maior embaixador do país.
Descalços, demos a volta ao pequeno mausoléu onde o cheiro a marijuana não se estranha e fizemos a foto da praxe junto à cama de solteiro do rei do reggae. Essa mesmo, a do Is This Love, "we'll share the shelter of my single bed". Foi bom.
Jimmy é filho de um polícia. Quer voltar a ser professor. Nada lhe dá mais prazer. Tem família nos EUA e convites para ir para lá trabalhar. Não quer. Quer fazer a diferença no seu país. "A Jamaica é muito mais que Bob Marley. E eu gosto muito dele e da música. Mas é muito mais que isso!"
Pois é.
Jimmy conduzia a carrinha a uma velocidade aceitável. Desviava-se dos buracos na estrada enquanto comíamos os quilómetros entre Ocho Rios e Nine Mile. "Em Portugal também há estradas assim?", perguntou.
Há. Não tantas como na Jamaica, mas também há.
Jimmy era professor de Educação Física. Dava aulas a crianças do quinto ano, "aquela idade em que começam a pensar por eles e isso dava-me um grande prazer".
E então, porque foi que desististe?
"O ordenado de professor não dava para levar a vida que quero". Eram quinhentos dólares americanos por mês. O ordenado mínimo no país ronda os cinquenta.
O que é que um jamaicano pode comprar com um dólar?
"Um refrigerante e um pastel de carne... duas embalagens de arroz".
Os quilómetros passavam a boa velocidade, tal como os temas da conversa: o amor incondicional de um pai por uma filha, a família de professores, a extracção de alumínio das serras jamaicanas, o facto de não existirem McDonald's na ilha porque o governo fez finca-pé para que a carne dos famosos hambúrgueres fosse exclusivamente jamaicana e a multinacional recusou e Bob Marley.
Claro. A hora e meia de viagem tinha por objectivo ver o local onde nasceu e está sepultado Bob Marley.
Por 19 dólares, podem descobrir-se recantos da vida do maior embaixador do país.
Descalços, demos a volta ao pequeno mausoléu onde o cheiro a marijuana não se estranha e fizemos a foto da praxe junto à cama de solteiro do rei do reggae. Essa mesmo, a do Is This Love, "we'll share the shelter of my single bed". Foi bom.
Jimmy é filho de um polícia. Quer voltar a ser professor. Nada lhe dá mais prazer. Tem família nos EUA e convites para ir para lá trabalhar. Não quer. Quer fazer a diferença no seu país. "A Jamaica é muito mais que Bob Marley. E eu gosto muito dele e da música. Mas é muito mais que isso!"
Pois é.