Fidel renunciou. Finalmente. Aquilo que deveria ter acontecido 10 ou 15 anos após a revolução cubana só aconteceu agora. O líder de
Cuba já não o é. Afirmou ao orgão oficial do partido, o
GRANMA, que não quer voltar à presidência ou ao comando das forças militares do país. Deixa tudo nas mãos do seu irmão,
Raul. Muitos pensam que são farinha do mesmo saco, outros acreditam que Raul pode ser o elo que falta na transição para a democracia. Uma coisa é certa, Cuba nunca mais será a mesma, com tudo o que de bom e mau isso pode acarretar. Os tempos que se seguem serão decisivos para o futuro da ilha. Há, pelo menos, três caminhos que poderão ser seguidos: transição pausada e consistente para a
democracia, continuar tudo na mesma até que o regime se torne
autofágico ou voltar aos tempos de Batista, quando a ilha foi
bordel norte-americano. Em qualquer das opções, qual será o papel dos cubanos de Miami? Será que, finalmente, vão fazer alguma coisa pelo seu país que não seja a participação em tentativas frustradas de apagar Fidel do mapa? O povo de Cuba, os cidadãos normais que não fugiram (por opção ou obrigação) e que têm passado pelo drama das senhas de racionamento, pela falta de liberdade de expressão, pelas miseráveis condições de vida, agradecem. Mas não se esqueçam de aproveitar as
coisas boas que ficam do regime autoritário castrista. Porque, doa a quem doer, também existiram coisas boas.
Educação, desporto ou saúde são apenas alguns exemplos. República Checa, Eslovénia ou Polónia souberam maximizar essas áreas fulcrais do comunismo nos tempos que se seguiram às suas transições para a democracia. E vejam bem onde é que esses países já estão. Leiam o
comunicado de Fidel Castro em baixo ou em
http://www.granma.cubaweb.cu/2008/02/19/nacional/artic03.html
Mensaje del Comandante en Jefe
Queridos compatriotas:
Les prometí el pasado viernes 15 de febrero que en la próxima reflexión abordaría un tema de interés para muchos compatriotas. La misma adquiere esta vez forma de mensaje.
Ha llegado el momento de postular y elegir al Consejo de Estado, su Presidente, Vicepresidentes y Secretario. (...)
Conociendo mi estado crítico de salud, muchos en el exterior pensaban que la renuncia provisional al cargo de Presidente del Consejo de Estado el 31 de julio de 2006, que dejé en manos del Primer Vicepresidente, Raúl Castro Ruz, era definitiva. El propio Raúl, quien adicionalmente ocupa el cargo de Ministro de las F.A.R. por méritos personales, y los demás compañeros de la dirección del Partido y el Estado, fueron renuentes a considerarme apartado de mis cargos a pesar de mi estado precario de salud.
Era incómoda mi posición frente a un adversario que hizo todo lo imaginable por deshacerse de mí y en nada me agradaba complacerlo. (...)
Mi deseo fue siempre cumplir el deber hasta el último aliento. Es lo que puedo ofrecer.
A mis entrañables compatriotas, que me hicieron el inmenso honor de elegirme en días recientes como miembro del Parlamento, en cuyo seno se deben adoptar acuerdos importantes para el destino de nuestra Revolución, les comunico que no aspiraré ni aceptaré- repito- no aspiraré ni aceptaré, el cargo de Presidente del Consejo de Estado y Comandante en Jefe.
Fidel Castro Ruz
18 de febrero de 2008
5 y 30 p.m.
in Granma