Porquê? Why?

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05/07/09

O mundo volta à normalidade

Hallstat, Áustria

A mala continua aberta no chão do quarto, à espera da próxima viagem, da próxima partida. Mais uma semana em que os calções de banho não vão sair da bagagem. As fotos penduradas na parede continuam a cair uma a uma, por força do vento e do calor. Ou da fraca qualidade da matéria azul que as prende à tinta branca.

A cama continua por fazer, o monte de roupa com casacos de malha polar e calças de bombazine continua por arrumar, o Inverno está longe, há tempo. No chão do escritório, a papelada de outras viagens, as bugigangas de mil recordações, continuam à espera de espaço na prateleira.

Os livros na estante ainda não têm o seu lugar definido. Continuam amontoados como quando saíram dos caixotes. Gosto de os ver assim, ordenados de forma anárquica, se tal for possível. Parece que o tempo não passa. Mas é mentira. O mundo continuou a rodar, apesar da breve e crua pausa para compromissos sentimentais.

Roger Federer voltou a ganhar Wimbledon e tornou-se o mais bem sucedido tenista de sempre no tempo dos Grand Slam. Acabou de conquistar o 15º torneio e ultrapassou Pete Sampras na lista dos mais vencedores. É pena, gosto do Sampras. Federer volta amanhã a ser número um do Mundo.

Os livros vão continuar anárquicos na estante, as fotografias vão continuar a cair, o monte de roupa vai continuar ali. A vida volta à normalidade, às angústias, aos stresses de sempre. Mas Federer sabe que nada vai ser igual quando Nadal estiver de volta. E eu também sei que tudo mudou. Menos os livros, as fotos e o monte de roupa.

3 comentários:

Soph disse...

...e, se me permite acrescentar, as refeições bem dispostas e bem acompanhadas!

... pelo menos as caseiras! :)

E... também sabe muito bem quando temos estas certezas... que há coisas que podemos ter como "garantidas"... ou não... ou não...

Ricardo Santos disse...

Não podemos ter nada como garantido. Ainda há muita parede pela frente e a cabeça já me dói de tanto bater.

nat disse...

Não adianta fugir de nada... porque as paredes, independentemente de onde tu estejas, vão estar sempre por lá. Isto aquelas que tiverem que estar e aquelas onde tiveres que bater. Mas há algumas que certamente também poderás "driblar". Tudo nos ajuda a crescer...