O Festival do Sudoeste existe há 13 anos. Torna-se teenager este ano. É uma boa idade, de descobertas, de lutas interiores, de pensar que o mundo está todo ao avesso. Mas isso passa-se apenas com as pessoas, não com os festivais de Verão.
Há uma Zambujeira do Mar antes e depois do Sudoeste. Quem gosta mesmo da vila alentejana, passa por lá antes do evento. Ou depois, mas nunca durante o festival. Não é por uma semana que vem mal ao mundo. Antes pelo contrário, estes são os dias em que os comerciantes alentejanos vão fazer negócio para o ano todo. E isso parece-me bem.
Não tenho uma simpatia especial por este festival. Já lá estive por cinco vezes, uma delas por devoção, as outras em trabalho. Em qualquer dos casos, diverti-me. Bastante. Isto apesar de achar que grande parte do público que vai à Zambujeira é uma horda de betos em férias no Algarve que não fazem a mínima ideia do que é um festival de Verão.
Gosto de as ver andar por lá de calças brancas de linho e sandálias. E eles de bermudas caqui e camisas abertas até ao terceiro botão, com a cor invejável de quem tira férias em Agosto e vai para o Algarve para ver e ser visto. Gosto dos finais da noite quando os vejo regressar aos carros, eles e as viaturas, cobertos de pó. Dá-me um certo gozo saber que ainda vão conduzir algumas dezenas de quilómetros para voltar às casas alugadas em algumas das zonas mais 'in' do sul de Portugal.
É um outro tipo de festivaleiros, bem diferente daqueles que acampam nas piores condições, que passam calor e dormem pouco à noite. Em ambos os casos, todos têm direito à vida. E todos confessam passar um bom bocado. No final do dia é isso que conta.
O Sudoeste só começa hoje, a sério. Mas, entretanto, já 19 pessoas foram detidas por posse e tráfico de droga. Mas o que é que estavam à espera? Como é que queriam que os campistas e os betos se divertissem tanto? Apenas com a música?
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