Porquê? Why?

Há histórias que têm que ser contadas.
Há exemplos que têm que ser seguidos.
Há personagens que têm que ser desvendadas.
E nós merecemos um jornalismo diferente que nos mostre que ainda vale a pena.



27/08/09

Olhe que não, Doutor...

Zanzibar, Tanzânia


Era domingo. De Inverno, acho eu. Pelo menos, estava esticado no sofá com um cobertor por perto. Dou de barato que fosse Outono. E a discussão fica por aqui. Estava a dar um daqueles filmes de domingo à tarde, imediatamente antes de começar o Jornal da Noite. Era na SIC, portanto.

Bruce Willis era um militar de alta patente, general, coronel ou qualquer coisa dessas com muitas estrelas nos ombros. Ele podia fazer tudo, dizer tudo e todos as outras personagens lhe faziam continência, mas nem sempre concordavam com as suas decisões. O normal...

Pois, a dada altura, o coronel Willis - não me lembro do nome do filme nem da sua personagem - excede-se no tom de voz, nas ordens dadas e chega-lhe a mostarda ao nariz. Numa discussão acesa sobre o que deveria ser feito para salvar o mundo de uma ameaça atroz, ele decide-se pela via mais improvável e sangrenta. Justificações? Só uma. E dispara Bruce Willis: "Estou aqui para defender a democracia, não quer dizer que a pratique".

Nestes últimos dias tenho recordado esta frase com alguma insistência. Estamos a um mês das eleições legislativas e os dois maiores partidos de Portugal não se entendem quanto aos debates televisivos. Manuela disse numa entrevista que aceita dois, três ou quatro, mas não se chega à frente com propostas concretas. José diz que aceita dois debates com Manuela e um com os candidatos dos partidos representados no Parlamento.

Eu gostaria de ver debates entre todos os candidatos de partidos representados no Parlamento, uns contra os outros e um geral com todos os partidos que vão a votos. Gostaria de ver os nossos políticos em acção, a defender as suas ideias, a apresentar as suas propostas, a atacar os seus adversários, a encostá-los à parede e a defenderem-se dos golpes. Gostaria mesmo. É esta coisa da democracia que me faz vibrar: eleições, debates, congressos.

É como o outro, só que eu defendo e pratico.

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