Porquê? Why?

Há histórias que têm que ser contadas.
Há exemplos que têm que ser seguidos.
Há personagens que têm que ser desvendadas.
E nós merecemos um jornalismo diferente que nos mostre que ainda vale a pena.



02/07/08

CADA UM TEM O QUE MERECE


Na praia de Essaouira não se vendem bolas de berlim.


Nem sequer passa o homem dos gelados, vestido de branco, com a arca às costas, a gritar 'É fruta ó chocolate!". Na praia de Essaouira, joga-se à bola. Cinco contra cinco, dez contra dez, até mais se for preciso porque o areal permite.


As famílias vão à praia e partilham a areia com os 'hippies', com os verdadeiros que ainda por lá andam e com aqueles que descendem da comunidade que ali chegou nos anos 70. Numa ponta da praia está o porto de pesca. Na outra, estão castelos na areia. Foi assim que Jimi Hendrix os viu quando aqui morou. E deles fez uma canção. Entre as duas pontas há areia, há dunas, há gente ao banho, há papagaios que puxam, de forma radical, os surfistas para as ondas.


Neste Marrocos para lá de Casablanca, onde fica a 'Cidade do Vento', as bolas de berlim e os gelados são substituídos por um vendedor de queques. Simples ou de chocolate. São queques especiais, são 'Space Cakes' e este é o fim-de-semana do Festival de Músicas do Mundo de Essaouira. E isso vê-se também pela proliferação de cabeleiras rastafari pelas estreitas ruas da vila tingida a branco e azul.


Os casais adolescentes marroquinos não se podem beijar e abraçar na toalha. Chega o polícia a apitar. E andar de bicicleta no areal também é proibido. Há muçulmanas totalmente vestidas e de véu. E outras de biquíni. Há estrangeiros a ler, a dormir, a passear, a apanhar sol. Há de tudo. Só não há bolas de berlim.

2 comentários:

Anónimo disse...

Man, sem bolas de Berlim não dá né?... Açucar é preciso.

Ricardo Santos disse...

Dá sempre para fazer uma peladinha...