De acordo com o JORNAL DE NOTÍCIAS, a Comissão Europeia vai votar a possibilidade de frutas e legumes poderem ser comercializadas de forma livre, independentemente das suas formas, cores e tamanhos.
Ou seja, e confesso a minha total ignorância (nem nunca me tinha lembrado de pensar nisto), as frutas e legumes que chegam aos supermercados têm de passar por critérios de beleza. Um melão que não seja mesmo oval, uma cenoura que não seja direitinha e esbelta ou um nabo com mais parte roxa do que branca poderão ser excluídos da comercialização. E aqui coloca-se a questão do que acontece a estes enjeitados, estes gordos, estes minoritários da sociedade.
Normalmente, os que não se incluem nos critérios de Bruxelas são enviados para fazer compotas, conservas ou simplesmente deitados fora. Exacto, deitados fora enquanto os países em vias de desenvolvimento continuam a lutar por ajuda humanitária. Esta solução final para as frutas e legumes 'diferentes' pode agora chegar ao fim. Basta que os estados-membro votem a favor do aproveitamento e contra a burocracia. Os produtos com deficiência poderão ser vendidos a preços mais baixos (até 40% menos) e assim o desperdício poderá diminuir em 20%.
Mas é claro que uns são filhos da mãe e outros são filhos da fruta. A Comissão Europeia quer mudar a lei em relação a 26 produtos, mas há 10 que vão ter de manter os critérios de beleza. São os top-models dos vegetais: tomate, pimento, alface, maçã, kiwi, morango, pêssego, pêra, uva de mesa e limão. Depois admiram-se que surjam maçãs anorécticas ou limões bulímicos a querer desfilar pelos corredores do Feira Nova...
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