Porquê? Why?

Há histórias que têm que ser contadas.
Há exemplos que têm que ser seguidos.
Há personagens que têm que ser desvendadas.
E nós merecemos um jornalismo diferente que nos mostre que ainda vale a pena.



25/06/09

Cuidado, tens mail

Oranjestad, Aruba

Ele apaixonou-se por ela. E ela por ele. Foi a típica história de "boy meets girl, girl meets boy". Só que o "boy" é casado. E pior que isso, é político. E ainda para piorar as coisas, é político nos EUA. "Boy" e "girl" trocaram uns emails, falaram do que sentiram, entraram em pormenores pessoais, mas sem ordinarices, e foram descobertos por um jornal norte-americano.

Mark Sanford é o "boy", Governador da Carolina do Sul. Maria, nome fictício - porque o que interessou foi estragar mais uma carreira política com base num caso extra-conjugal - é argentina, de Buenos Aires. Sanford era uma das esperanças republicanas para uma próxima nomeação presidencial, mas tramou-se, como conta a CNN.

Andou a trocar emails com a argentina onde falou de uma "situação de amor impossível e sem esperança". E classificou-a deste modo, nos tais emails a que o jornal The State teve acesso: "Tu tens uma graça particular e uma calma que eu adoro. Tu tens um nível de sofisticação que encaixa com a tua beleza. (...)Podia dizer que tu tens a capacidade de dar magníficos beijos suaves ou que gosto das tuas linhas bronzeadas ou que amo a curva das tuas ancas, (...) no brilho que se apaga da luz da noite - mas, hey, isso já seria entrar em pormenores sexuais..."

O Governador chega mesmo a questionar-se, nestes emails privados a que ninguém deveria ter tido acesso:

"How in the world this lightening strike snuck up on us I am still not quite sure. As I have said to you before I certainly had a special feeling about you from the first time we met, but these feelings were contained and I genuinely enjoyed our special friendship and the comparing of all too many personal notes ..."

Mark Sanford não é um santo. Traíu a mulher com uma moça argentina, trocou uns emails mais íntimos, falou dos seus sentimentos e foi apanhado. Mas e se Mark fosse apenas Mark e não o Governador da Carolina do Sul? Ah, é nos EUA, as coisas lá são diferentes.

E se fosse cá? Cá ainda não chegou a devassa da vida privada dos principais políticos, mas não deve faltar muito. Já se deu o primeiro passo - muito cauteloso - com o namoro do Primeiro-Ministro, mas para quando a descoberta da amante de um ministro ou a homossexualidade não-assumida de um qualquer político da Oposição?


1 comentário:

nat disse...

acho que por cá os cães ladram e a caravana passa...