Olha aí, pá! Os miúdos estão todos em exames. Estão a ver se tiram boas notas para passar o ano, chegar à Universidade, sacar o canudo e ir para o desemprego.
Até fizeram as provas nacionais mais fáceis e tudo para que Portugal não fique tão mal classificado em relação à média europeia.
Ontem, no exame de Português, pediram aos alunos para falar da liberdade. Era a parte escrita da prova, tinham que falar da liberdade, do seu significado. Liberdade de escolha, de associação, de pensamento, sexual, de fazer o que lhes dá na gana, sei lá. Os 20 anos que temos de diferença - eu e eles - já me cheira a Generation Gap. Liberdade de sair à noite e chegar tarde? De ter telemóvel? De ter sexo o quanto antes? De experimentar drogas? Oh, tudo isso já é possível sem grande esforço libertário...
A minha liberdade será sempre diferente da deles, nem melhor, nem pior. Só diferente. Mas não sei mesmo o que terão escrito os adolescentes portugueses sobre a liberdade. E tenho bastante curiosidade. Porque, para mim, aos 14 anos, a liberdade não cabia numa folha de papel de um exame nacional.
7 comentários:
Aos 14 o desejo de liberdade era tão grande que, de facto, dificilmente caberia numa folha de papel...
já dizia o Bob dylan... "the times they are a-changin'"
That's the point.
Muito obrigada por partilhares os teus pensamentos.Gosto de te ler. Liberdade de pensar...isso dificilmente nos tiram.É um princípio..
A minha liberdade aos 14 anos...
A minha liberdade aos 27 anos...
... e nestas reticências ficam tantas loucuras.
Engraçado que agora que penso nisso... associo quase sempre a liberdade à palavra loucura!
Hum...
falas muito sobre liberdade, mas, o conceito de liberdade de cada um tem a ver com as próprias privações.
Quaias foram as tuas?
Joana, pelo menos temos a liberdade de pensar e de abrir a cabeça. É preciso aproveitar.
Soph, pode ser loucura, mas é o sentimento mais sério que pode existir, o de poderes dizer, fazer, pensar, agir da forma que quiseres, desde que não entres na liberdade dos outros.
Cochiuato, nenhumas privações que realmente importem. Não vejo como isso me pode impedir de falar em liberdade. Também nunca vivi em tempo de guerra e sei que não é isso que quero. Por mais feliz e bem alimentado que um pássaro seja dentro de uma gaiola, se lhe abrires a porta ele vai-se embora sem olhar para trás.
No meu ponto de vista a liberdade é efectivamente relativa e pode ter por medida algumas restrições, que diferem de pessoa para pessoa, de contexto para contexto..mas que independentemente dessas diferenças nos fazem viver "estados emocionais"...idênticos. E isso é interessante.Mas, para mim a verdadeira liberdade é " ser quem somos", vivendo seja de que forma for e mesmo assim sentirmo-mos bem com essa "vivência", sem estarmos presos a expectativas, objectos,ou até emoções.. e isso poucos o conseguem... penso que a verdadeira "liberdade" é essecialmente psicológica...
Claro que esta conclusão sobre " a vertente psicológica da liberdade" facilmente se trasnforma em "zero"perante quem não controla os seus próprios movimentos ou que prossegue alguma luta de derrota anunciada...Nada sei...lol, mas parece-me que a ideia chave é " tudo é relativo", mais uma vez...
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