Portugal vivia uma Primavera. Marcelista, diziam. O velho, o da Outra Senhora, já tinha tombado de vez, com direito a queda e cadeira partida. Lá longe, naquilo que chamavam o Ultramar, milhares de portugueses participavam no Vietname português.
Por cá, os capitães decidiram que alguma coisa teria que ser feita. Partiram em coluna desde Santarém, chegaram a Lisboa, invadiram o Largo do Carmo e exigiram a demissão de Marcelo Caetano. A população aderiu, sequiosa de mudança. Levado o líder no carro de combate, o povo pôde sair à rua. E saiu. Na baixa lisboeta, nesse Abril de 1974, uma florista lançou o mote e colocou um cravo azul no cano da espingarda.
Azul? Pára tudo!
Até ao final deste mês está disponível uma petição on-line que se opõe à autorização do cultivo de cravos transgénicos, uma medida autorizada pelo ministério do Meio Ambiente da Holanda. As associações anti-transgénicos portuguesas já demonstraram o seu apoio a esta contestação, realçando que, "com a autorização do cultivo de cravos geneticamente modificados na Europa, acaba o mito de que os transgénicos existem apenas para aumentar a produção de produtos agrícolas e acabar com a fome no mundo". Quem o diz é Margarida Silva da Plataforma Transgénicos Fora.
Parece-me ser uma boa posição, mas o que me preocupa mesmo é que tentem mudar a História. Naquele 25 de Abril, os cravos eram vermelhos.
E isso que fique bem claro.
Encarnados ainda admito, mas azuis é que não.
3 comentários:
Iniciativa louvável! Concordo com o NÃO ao cravos azuis... Convenhamos que a cor já está representada, na realidade, de forma tão louvável, que pode bem dispensar os cravos. Encarnado?? Não sei o que é...
...o caule será SEMPRE VERDE!
Lá estão as mulheres e essa vossa mania de puxar a coisa sempre para o futebol...
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