Porquê? Why?

Há histórias que têm que ser contadas.
Há exemplos que têm que ser seguidos.
Há personagens que têm que ser desvendadas.
E nós merecemos um jornalismo diferente que nos mostre que ainda vale a pena.



09/05/08

Indy à venda


Passam exactamente 20 anos desde o dia em que O Independente foi para as bancas pela primeira vez. Era sexta, tal como hoje. Só que hoje foi o dia em que os bens e o título do semanário O INDEPENDENTE estiveram em leilão nas antigas instalações do jornal, Avenida Almirante Reis, 113. Depois do fracasso financeiro que levou ao encerramento em definitivo da publicação em Setembro de 2006, hoje foi o dia em que tudo o que restava do Indy esteve em hasta pública. Arquivo do jornal, fotografias, equipamento de escritório, material diverso, mobiliário, fotocopiadoras, computadores, electrodomésticos, a edição encadernada de O Independente desde 1988 até 2005, diversos livros e vários lotes de papel de jornal estiveram à espera de licitações. A base global era de 310 495 euros. As marcas Independente e O Independente tinham um valor base de 25 mil euros e o título do jornal teve como base de licitação 150 mil euros. A dívida total ronda os quatro milhões de euros e entre os credores estão o Estado, ex-trabalhadores, bancos e fornecedores. O valor atingido foi miserável, não chegando aos 20 mil euros no total.


Aquilo que não esteve em leilão foi a amizade, nem o companheirismo, a loucura, a diversão, a anarquia, as discussões acaloradas, os jantares tardios, as praxes, os fechos até altas horas, as directas a trabalhar, os computadores que não paravam de bloquear, os telefonemas históricos para as fontes, o choro, o riso, a paixão, as festas no Tóquio, os copos no Careca, os petiscos na redacção do Caderno 3, as voltas de carro pela Almirante Reis ou os engarrafamentos e as paredes a precisar de pintura nas escadas do prédio. Parabéns a quem teve a honra de lá passar.

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